Já faz mais de 10 mil anos que a humanidade conhece as propriedades do ópio. A substância, extraída de uma planta conhecida como papoula dormideira, foi usada por várias sociedades antigas para aliviar a dor e para alterar o estado de consciência. Muitos séculos depois, os opiáceos e opioides continuam com protagonismo, para o bem e para o mal. São medicamentos fundamentais para garantir qualidade de vida a pacientes que têm doenças como câncer e anemia falciforme. Por outro lado, estão no centro de uma crise de saúde pública: as overdoses em massa que assolam a América do Norte desde o início do século 21.
No meio dessa encruzilhada entre a dor e o prazer, entre a cura e a dependência, surgem algumas perguntas. Existe um futuro para o tratamento da dor sem opioides? O que deve ser feito para que esses medicamentos cheguem de forma segura a quem precisa deles?
“Torpor” é um podcast documental que busca responder a essas questões com a lente da ciência e tenta entender se o Brasil pode viver uma explosão de consumo indiscriminado de opioides. Em cinco episódios, a série entrevista pesquisadores de diversas áreas do conhecimento, médicos e pessoas que tiveram a vida tocada de alguma forma pelos derivados do ópio. O projeto tem o apoio do Instituto Serrapilheira e do Fundo para Investigações e Novas Narrativas sobre Drogas, da Fundação Gabo.